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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

..:: A comunicação para crise requer solidariedade e cooperação ::..

Por 
Claudio Andrade  - atual presidente do Conrerp SP-PR, mestre em comunicação e consultor em sustentabilidade.


O grande assombro da atual crise econômica passou. Agora é hora de fazer uma profunda análise para ver o que esse episódio baliza em nossa sociedade e quais processos foram afetados. Uma coisa é certa, essa questão vai além do modelo econômico que se vive. Diferentemente da tão falada e comparada crise de 1929, esta é uma crise de percepção, que pede uma releitura de valores e princípios.
Possíveis responsáveis pelos últimos abalos econômicos são apontados a todo instante. A revista Time indicou 25 deles na matéria “Os rostos da crise”. Aos olhos dos mais atentos, esse estudo chama atenção para o fato de que ao mesmo tempo em que especialistas procuram razões para esse momento crítico ter se iniciado, outras milhares de pessoas continuam criando tecnologias e desenvolvendo conhecimento. Qual a relação que temos aqui? Na verdade, são maneiras distintas de olhar para um mesmo problema, todavia uma decisão estratégica de onde colocar a força gerada pela busca, seja na causa, seja na consequência. Portanto, essencialmente, essa crise que o mundo presencia pode ser considerada como uma escolha e um ato de percepção. Alguns preferirão resolver rapidamente a questão com demissões e redução de produção e outros com criatividade e soluções conjuntas.
É, sem dúvida, concreta essa crise do ponto de vista econômico, contudo, envolve aí uma revolução também concreta e decisiva de mentalidade de fazer negócios e reduzir seus efeitos colaterais. É uma grande oportunidade para refletir sobre a contribuição da comunicação como processo de cooperação, principalmente como deflagradora de uma cultura menos insustentável. A comunicação de modo estratégico possibilita a criação de futuros conjuntos e oferece ferramentas para pensar e agir com maior propriedade e coerência. Torna a empresa imbatível adquirindo proveito competitivo crescente, inclusive, muitas vezes, com baixo ou nenhum investimento de ação de marketing. Um bom caminho é atentar para a comunicação com stakeholders e aprender com a experiência de todos nós como parte da solução.
Sem intenção de oferecer receita, mas contribuir com essa reflexão e ampliar a discussão, segue aqui uma pauta:
1 - mobilizar o indivíduo para agir coletivamente;
2 - estimular a crença nos objetivos comuns;
3 - estabelecer a ação comunicativa: não existe estratégia que se sustente quando não há diálogo e, não há diálogo em ambientes de contradições pessoais e profissionais;
4 - desenvolver a capacidade da visão sistêmica considerando a diversidade da realidade;
5 - contribuir com o aporte interdisciplinar para a geração de conhecimento;
6 - integrar a cadeia de valor para adquirir cooperação.
O que digo é que devemos provocar em nossas empresas e organizações uma nova visão de superação em momentos de crise. É esse o maior desafio, olhar para a comunicação como mecanismo de redução da complexidade do mundo e tornar as pessoas mais treinadas para fazer a relação entre as coisas. Dessa forma, atuaremos mais nas causas e menos nas consequências. A caixa de ferramentas das empresas e as decisões imediatas resolvem, mas não solucionam.
Somos todos parte indissociável desse processo. Funcionários, clientes, acionistas, fornecedores, consumidores. Um elo rompido provocará impacto em toda a rede. Quem azeita esses elos e permite que não se rompam é a comunicação, principalmente no interior da cultura organizacional, local onde ocorrem as verdadeiras mudanças desejadas.
Na concretização dos ideais corporativos, são as ações articuladas que determinam as qualidades individuais e profissionais, assumindo papel preponderante de preservação organizacional. Portanto, a comunicação – principalmente em tempos de crise, será decisiva para a formação de propósitos comuns. Solidariedade e cooperação: conceitos inseparáveis para superar qualquer crise

sábado, 2 de janeiro de 2016

..:: Técnicas de Comunicação para Apresentações ::..



Por Raphaela Gamo - formada em Relações Públicas pela UniSantos em 2010 e aluna do curso Direito da mesma universidade.


O livro “Como falar em público”, de Izidoro Blikstein, apresenta técnicas para falar bem diante de um auditório, mostrando que é possível vencer o medo e fazer uma apresentação clara, persuasiva, competente e que gere resultados satisfatórios ao apresentador.

Falar bem em público não é um dom, mas sim uma habilidade que se adquire com prática, treino e aplicação de elementos estratégicos na hora de se comunicar.

Para uma boa apresentação é preciso um planejamento, ou seja, toda a sua apresentação, do começo ao fim deve ser planejada nos mínimos detalhes, pois para falar bem, é necessário preparação e ensaio. Ter um plano B também faz parte do planejamento, já que imprevistos ocorrem.

O que é preciso para uma boa apresentação?

Planejamento;
Ensaio;
Organização de idéias;
Persuasão;
Empatia;
Boa expressão verbal e corporal;
Domínio dos recursos audiovisuais;
Autopercepção e percepção do ambiente;
Comunicação clara e objetiva.

Planejamento

            A organização e a articulação de uma mensagem objetiva e lógica é a chave de uma apresentação de sucesso, para isso é necessário fazer uma seleção de informações relevantes para o público-alvo. É importante ajustar o conteúdo da mensagem aos objetivos da apresentação e também ao nível de interesse, conhecimento e expectativa dos ouvintes. A relevância depende do conhecimento que o orador tem dos ouvintes, por isso, é fundamental conhecer seu repertório, que bagagem cultural que as pessoas possuem, como vivências e experiências afetivas, religiosas, artísticas, conhecimentos científicos, históricos, profissionais e etc.
Outro ponto importante é a coesão das ideias, ou seja, para uma comunicação efetiva é necessário que a mensagem seja transmitida em uma sequência lógica, para que o público entenda o conteúdo da mensagem.
O terceiro ponto que deve ser ressaltado é o investimento adequado ao conteúdo e objetivo. É essencial planejar a distribuição do tempo, os argumentos e as informações a serem transmitidas.

Ficha Mental e Ensaio

           Ter uma ficha mental é memorizar a sequência da apresentação e elaborar um roteiro a ser seguido, como uma espécie de guia, para que não seja esquecido nenhum item importante. A ficha mental proporciona ao orador segurança, clareza e objetividade, além de uma boa administração das ideias.

 Persuasão

           A persuasão é fazer com que os ouvintes possam aderir às ideias da mensagem e comprá-las. Para ter persuasão é importante que o orador tenha convicção, empatia e credibilidade, ou seja, que esteja convicto de suas ideias, que saiba o que o público quer ouvir e que tenha um relacionamento amigável, além de ser um orador respeitável, que saiba o que está dizendo, pois sem credibilidade não há como persuadir.

 Fala, expressão corporal e recursos audiovisuais

       Como vimos, o planejamento e a persuasão são dois pontos muito importantes, mas também é preciso analisar outro ponto importante: a competência do orador.

Expressão Verbal
Tropeços ou ruídos do orador podem comprometer a mensagem, por isso, ter uma boa expressão verbal é fundamental para o sucesso de uma apresentação. Para isso, uma voz mais impostada com boa pronúncia, entusiasmo, expressão facial sorridente e entonação são fundamentais para um clima leve e descontraído.

Uma fala competente é aquela audível, que combina entonação, produção da voz, pronúncia, ritmo e pausas.

 - Voz

            O orador deve controlar os movimentos respiratórios a fim de que a expiração predomine, pois é ela que gera o sopro necessário para a produção dos sons, por isso desempenha um papel decisivo para a qualidade da voz.
Para uma voz audível, o orador deve investir na expiração para impulsionar o volume e altura dos sons. Para um timbre adequado e agradável, é preciso controlar a força da expiração, evitando a perda de fôlego e o excesso de pressão nas cordas vocais.

Entonação

             Uma fala envolvente cria um ambiente afetivo favorável e isto influi na recepção das mensagens, pois conforme o tom da voz, um simples “bom dia” pode conotar amabilidade, polidez, frieza e etc, quem dirá uma apresentação cujo objetivo é persuadir. Para se ter uma ideia, uma entonação pode dar diferentes sentidos a uma frase e tornar um discurso mais dinâmico e atraente. Saiba usar de forma hábil a entonação.

Pronúncia, ritmo e clareza da fala

            A má qualidade da pronúncia pode prejudicar a clareza de uma apresentação e o entendimento dos ouvintes. Falar em público é diferente de falar entre amigos, onde muitas vezes usamos gírias. Na apresentação, a linguagem deve ser disciplinada, clara, nítida e bem articulada.
Dica: Leia textos em voz alta com o objetivo de treinar os movimentos articulatórios.

 - Ritmo e pausas

              A velocidade das informações deve ser observada, pois pelo fato do orador estar empolgado ou tenso pode prejudicar a apresentação. Se for rápido demais, prejudicará a clareza das informações, e se for muito lento, causará monotonia e cansaço. Para evitar isso, adote pausas para ganhar fôlego e administrar o ritmo.

Expressão Corporal
            
                 A fala depende também da boa expressão corporal. Para uma apresentação eficaz, é necessário estabelecer contato visual, gestos e movimentos, afinal, o corpo também fala e emite mensagens, signos e indícios.

Dicas para uma boa expressão corporal

Manter contato visual com os ouvintes;
Ter uma expressão corporal amigável;
Fazer gestos e movimentos coerentes com a apresentação;
Evitar gestos desordenados;
Não prender as mãos, braços, pernas e pés;
Evitar colocar as mãos nas costas, quadris e bolsos;
Evitar gestos e posturas inconvenientes;
Evitar postura imobilizada;
Não ficar na frente do projetor;
Utilizar caneta laser para a indicação de itens nos slides;
Utilizar trajes pertinentes à ocasião;
Articular de modo harmônico e coerente a fala (voz, entonação, pronúncia, gestos, posturas, ritmo e pausas) e também controlar a expressão corporal (contato visual, gestos, posturas, movimentação e vestuário). Além disso, saber usar os recursos audiovisuais é essencial para uma melhor compreensão da mensagem.

Recursos Audiovisuais
                  
               É importante ter em mente que os recursos audiovisuais devem ser apenas um suporte, pois o apresentador e sua mensagem é que são a atração principal. O ideal é evitar um número exagerado de slides, excesso de texto e o exagero nas animações.

Power Point não é teleprompter

          Os slides devem reforçar a palavra do apresentador e não repeti-las, ou seja, não é uma cola, mas sim em acréscimo visual, por isso, nunca leia os slides!

Dica: Use o recurso de anotações do software e depois imprima, para que tenha um roteiro a ser seguido e que sua apresentação esteja linkada aos slides.

Cronograma de apresentação

              Os slides devem consumir cerca de 60% a 70% do tempo, a dica é planejar uma média de 2 a 3 minutos por slide. Os outros 30% da apresentação é interessante reservar para possíveis perguntas e interações com o público, ou até mesmo para reparar possíveis falhas técnicas. Veja outros pontos importantes para os slides:

               Fazer um bom uso das imagens é imprescindível para alcançar a emoção do público. Use aquelas que provoquem respostas emotivas. A dica é usar mais imagens do que texto;

              Outro ponto interessante dos slides é harmonizar as cores e os tons, buscando os mais agradáveis aos olhos e ao contexto do assunto da apresentação;
Sempre faça um teste com o projetor para avaliar a qualidade visual dos slides, pois no monitor tudo pode ser diferente;
            
               Apresente textos com tópicos e palavras-chaves. Uma dica é utilizar palavras que provoquem a curiosidade dos ouvintes;

Cuidado com a ortografia: Revise, revise e revise o conteúdo;

                Nunca diga em uma apresentação: “Ok, vamos para o próximo slide!” A sequência deve ser natural e costurada. Quem dita a sequência é o ritmo;

Evite o exagero de efeitos especiais e sonoros;

                Se for entregar algum material adicional no fim da apresentação, crie um específico contendo dados não explicitados na apresentação, como tabelas, textos e etc. 

Estilo

               Para falar bem com o público é preciso de uma linguagem clara, elegante e correta. Uma linguagem “feia” pode comprometer toda a mensagem da apresentação, por isso, se atente a:

Erros gramaticais;
Falta de clareza;
Uso de linguagem chula;
Emprego correto dos verbos;
Concordância nominal;
Uso de preposições e pronomes;
Erros de pontuação nos slides;
Cuidado com a redundância e pleonasmo.

Receita para falar em público

Planejamento, ficha mental (roteiro de guia) e muito ensaio;
Saber utilizar os recursos audiovisuais;
Ter empatia, persuasão, credibilidade e domínio do assunto a ser apresentado;
Boa expressão verbal e corporal;

Comunicação clara, objetiva e dinâmica.








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